Em 1662, o então governador Salvador Correia de Sá passou a seus descendentes e em auto de medição e divisão a demarcação da Ilha do Governador.
O auto de medição dá preciosas indicações, referindo-se, por exemplo, a Engenho Velho, toponímia ainda existente na Ilha (Praia do Engenho Velho) e onde subsistiam (nos anos 80) paredões de pedra indicando ruínas do engenho de Salvador.
Estaria aí, com muita probabilidade, a prova de se constituir a produção açucareira da Ilha.
Texto do auto descreve terem as autoridades, que promoviam a medição e demarcação, descido um outeiro e depois atravessado "por onde esteve ermida que foi do Engenho Velho" e logo descido na praia. A Praia do Engenho Velho fica a oeste da velha igreja, de N. Srª. da Conceição (indicada no círculo vermelho no mapa), esta, junto à praia, hoje, da Bica.
O templo figura como uma das construções mais antigas do bairro. Tendo sua construção iniciada em 1625, quando fazia parte da fazenda que ocupava a área, a capela imperial Nossa Senhora da Conceição - seu nome oficial - só foi doada à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1786. Em 1816, 30 anos após a doação, a capela passou por uma grande reforma, que ampliou suas laterais - recebendo, então, mais ou menos a forma que conserva até os dias atuais.
Suas imagens originais foram roubadas em diferentes assaltos e, hoje, a capela conta apenas com imagens de gesso. Há indícios de que o altar da capela tenha sido trazido de navio da Alemanha, ou que tenha sido montado no Brasil, a partir de matéria-prima alemã.
A construção é uma referência no bairro e, em meio aos dias atuais, mantém os aspectos tradicionais e históricos, abrigando as atividades eclesiais cotidianas de uma igreja.
Até os anos 20, aparecia em mapas como Ponta de Santa Cruz.
Localizado até o início dos anos 60 na Praça Jerusalém, ao lado da capela imperial de N. S. da Conceição, o chamado Palacete Santa Cruz teve origem na empresa homônima fundada em maio de 1873, que adquiriu um mês depois a Fazenda Conceição, com o objetivo de montar no local uma instalação fabril para a manufatura de produtos cerâmicos, principalmente tijolos e telhas.
O presidente desta empresa denominada Companhia Cerâmica Santa Cruz, Joaquim Sampaio Vidal, após deixar o cargo de ministro da Fazenda do presidente Arthur Bernardes, decidiu deixar de lado a produção de tijolos e telhas para urbanizar e lotear os terrenos, dando origem a partir de 1928 ao Jardim Guanabara.
Agradecimentos ao Prof. Jaime Moraes, por parte das informações
Fonte: Wikipedia, "História Regional - A Ilha do Governador Observações metodológicas e de pesquisa", de Cybelle de Ipanema (1982), apud "Quebra-Coco, nosso bairro e nossas ruas"
Foto da capela: Wikipedia
Foto da praia: grupo do Facebook Insulano da Depressão