A Ilha do Governador recebeu essa denominação devido ao fato de ter sido, inicialmente, terra do governador Salvador Correia de Sá por volta 1568, recebida da Coroa Portuguesa. Nela se instalou com o engenho, em posição privilegiada, de onde tinha o controle da Baía de Guanabara, na elevação acima da atual Praia do Engenho Velho (limite do atual bairro do Jardim Guanabara).
Em 1903, a Companhia Lavoura e Colonização (de São Paulo), depois Empresa Cerâmica Santa Cruz, adquiriu do coronel Elias Antônio de Moraes, a sua Fazenda Conceição, de 4.600 mil m², para transformá-la na maior fornecedora de tijolos para as grandes obras do Governo Rodrigues Alves e chegando a exportar seus produtos. O paulista Joaquim Sampaio Vidal fez com que a grande fábrica de cerâmica se transferisse para o ramo da urbanização e dos loteamentos, demolindo-a, para o início de seu primeiro projeto de urbanização, já como Companhia Imobiliária Santa Cruz, surgindo em 1936 o Jardim Guanabara, compreendendo (hoje) metade da Praia da Bica, os morros da Mãe d'Água (75 m) e da Bica (62 m), até a Rua Cambaúba (antiga Rua 30), atingindo a Estrada do Galeão, onde um centro comercial e a nova sede da companhia seriam construídas mas tarde.
A denominação, delimitação e codificação do bairro foi estabelecida pelo Decreto nº 3.158, de 23 de julho de 1981, com alterações do Decreto nº 5.280, de 23 de agosto de 1985.
Palavra de origem tupi, "guanabara" pode ter três significados: Iguaá-Mbara (iguaá = enseada do rio, e mbará = mar); ou então guana ("seio") bara ("mar"), "mar do seio", em referência ao formato arredondado da baía e à fartura de pesca que proporcionava; ou ainda kûárana pará ("mar do que se assemelha a enseada", pela junção de kûá, "enseada" , rana, "semelhança" e pará, "mar".
O nome é uma alusão ao fato de, na época, a Baía de Guanabara não ter a entrada tão estreita como hoje, pois o conjunto dos morros Cara de Cão, Pão de Açúcar e Urca formavam uma ilha chamada Ilha da Trindade e não uma península, como atualmente, fruto de um assoreamento, além de aterramento realizado no século XVI.
A baía é a resultante de uma depressão tectônica formada no Cenozoico, entre dois blocos de falha geológica: a chamada Serra dos Órgãos e diversos maciços costeiros, menores.
Constitui a segunda maior baía, em extensão, do litoral brasileiro, com uma área de aproximadamente 380 km². Considerando-se a sua barra como uma linha imaginária que se estende da ponta de Copacabana até à ponta de Itaipu, esta sofre um estreitamento entre a ponta da Fortaleza de São João, na cidade do Rio, e a ponta da Fortaleza de Santa Cruz, na de Niterói, com uma largura aproximada de 1.600 metros. Relativamente no meio dessa passagem, ergue-se uma laje rochosa (Ilha da Laje), utilizada desde os colonizadores como ponto de apoio à defesa da barra, o atual Forte Tamandaré (antigo Forte da Laje).
As profundidades médias na baía são de 3 metros na área do fundo, 8,3 metros na altura da Ponte Rio-Niterói e de 17 metros no canal de entrada da barra. Na área do fundo, onde deságuam a maior parte dos rios, o acúmulo de sedimentos constituiu manguezais, envoltos pela vegetação própria da Mata Atlântica.
Fonte e mapa: Wikipedia e Rio Geo
Foto: Praia da Bica (Silvia Reitsma/CC)