Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu em 12 de setembro de 1902 em Diamantina (MG), filho de João César de Oliveira (1872-1905), caixeiro-viajante; e D. Júlia Kubitschek (1873-1971), professora de ascendência tcheca (seu sobrenome é uma germanização do original tcheco Kubícek) e etnia cigana.
Aos 12 anos terminou o curso primário. Pagando uma mensalidade, foi estudar no seminário diocesano de Diamantina, dirigido pelos padres vicentinos, onde concluiu o curso de humanidades aos 15 anos incompletos. No seminário, teve de usar batina como os demais, seguindo os estudos num regime severo, levantando às cinco horas da manhã e indo dormir às oito horas
Nos estudos, ia razoavelmente bem e conseguiu obter os exames preparatórios exigidos para o curso de Medicina. Em 1919, prestou na capital mineira de Belo Horizonte um concurso para telegrafista na agência central da cidade. Para realizar o concurso exigia-se a idade mínima de 18 anos, mas ele possuía apenas 16 anos incompletos. Para resolver este problema, conseguiu com o oficial de registro de Diamantina uma certidão forjada que marcava como se tivesse nascido em 1900.
Ficou em 19º lugar, sendo classificado.
No final de 1920, se mudou para morar em Belo Horizonte. Dois anos após o concurso, em maio de 1921, foi divulgada a sua nomeação para telegrafista auxiliar. Em janeiro de 1922, prestou o vestibular e matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.
Em 1927, formou-se em Medicina, na mesma turma de Pedro Nava. Dois anos depois, foi nomeado por seu amigo José Maria Alkmim como médico da Caixa Beneficente da Imprensa Oficial do Estado.
Depois de viagem do exterior, ao retornar para Minas Gerais, reassumiu todos os seus trabalhos em Belo Horizonte como era antes da viagem. Em 17 de março de 1931, quatro meses após o regresso da Europa, foi nomeado para a Força Pública indo servir como capitão-médico no Hospital Militar como encarregado do Laboratório de Análises Clínicas. Em 30 de dezembro de 1931, casou-se no Rio de Janeiro com D. Sarah.
Em 1933, após a morte do governador de Minas Gerais, Olegário Maciel, o então presidente da República Getúlio Vargas nomeou Benedito Valadares para o cargo. Benedito Valadares nomeou Juscelino para o cargo de chefe-de-gabinete, mas ele recusou. JK contava que foi nomeado na marra. No cargo, resolvia vários problemas conversando com as autoridades. Em outubro de 1934 foi eleito o deputado federal mais votado em Minas, filiado ao recém-criado Partido Progressista que havia sido fundado por membros do Partido Republicano Mineiro que apoiavam a Revolução de 1930. Exerceu o mandato de deputado federal de 1935 até o fechamento do Congresso Nacional, em 10 de novembro de 1937, com o golpe do Estado Novo. Chegou ao posto de tenente-coronel-médico da Polícia Militar de Minas Gerais.
No início de 1940, o então governador de Minas Gerais Benedito Valadares nomeou Juscelino Kubitschek como novo prefeito da capital mineira. A princípio, JK não quis aceitar o cargo, mas a nomeação foi divulgada em 16 de abril. Durante este período, não abandonou a carreira de médico, intercalando a Medicina com a Prefeitura. Tornou-se o Primeiro Secretário do recém Partido Social Democrático (PSD).
Tomou posse como prefeito de Belo Horizonte em 19 de outubro de 1940, sendo conhecido como "prefeito furacão" pelas grandes mudanças feitas por ele na cidade. Como prefeito, restaurou, pavimentou e construiu muitas avenidas, sendo responsável pelo asfaltamento da Avenida Afonso Pena, a construção de grandes avenidas a fim de facilitar o acesso ao centro da cidade como a pavimentação da Avenida do Contorno e a Avenida Amazonas. Criou vários bairros em Belo Horizonte. Canalizou vários córregos que banham a cidade visando ao saneamento básico de Belo Horizonte. Construiu pontes e realizou terraplanagens a fim de integrar o centro da cidade a vários núcleos populacionais da zona suburbana, e desenvolveu em Belo Horizonte a rede subterrânea de luz e telefone.
Neste período, uma das mais importantes obras foi a construção da Pampulha, um centro de lazer. Esta foi projetada por Oscar Niemeyer e a obra se tornou um marco cultural nacional.
Após a saída da Prefeitura de Belo Horizonte, decidiu entrar definitivamente na política. Nas eleições de 2 de dezembro de 1945 foi eleito deputado federal para a Assembleia Nacional Constituinte pelo Partido Social Democrático (PSD) com 26.293 votos, ficando em terceiro lugar. Através do Estado de Minas Gerais, elegeram-se também entre outros 20 deputados, Tancredo Neves, José Maria Alkmim, Gustavo Capanema e Benedito Valadares.
Tomou posse como deputado federal pela segunda vez em 22 de abril de 1946, permanecendo até 1950 no cargo.
Em sua campanha a governador, apurados os resultados, JK foi eleito governador de Minas com 714.664 votos (56,77%); assumiu o governo o Estado no dia 31 de janeiro de 1951. Em 1952, criou a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e construiu hidrelétricas. Com a eletrificação foi possível estimular a industrialização, e assim pode ser instalado em 12 de agosto de 1954 um conjunto de produção metalúrgica na região metropolitana de Belo Horizonte, a Siderúrgica de Mannesmann, uma empresa alemã, que possibilitou a concretização dos planos de JK em tirar Minas daquela situação "agropastoril".
Em 12 de outubro de 1954, uma entrevista concedida ao jornalista e amigo Olavo Drummond no Grande Hotel de Araxá (MG) lançou a candidatura de Juscelino à Presidência da República. Em 30 de março de 1955, JK renunciou ao cargo de governador para se candidatar a presidente. Através de uma aliança política formada por seis partidos, Juscelino foi eleito presidente da República em 3 de outubro de 1955, com 35,68% dos votos válidos, a menor votação de todos os presidentes eleitos de 1945 a 1960.
A UDN tentou impugnar o resultado da eleição, sob a alegação de que Juscelino não obteve vitória por maioria absoluta dos votos. A posse de Juscelino e do vice-presidente eleito João Goulart só foi garantida com um levante militar liderado pelo ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott, que, em 11 de novembro de 1955, depôs o então presidente interino da República Carlos Luz. Suspeitava-se que Carlos Luz, da UDN, não daria posse ao presidente eleito Juscelino. Assumiu a presidência, após o golpe de 11 de novembro, o presidente do Senado Federal, Nereu Ramos, do partido de JK, o PSD. Nereu Ramos concluiu o mandato de Getúlio Vargas que fora eleito para governar de 1951 a 1956. O Brasil permaneceu em estado de sítio até a posse de JK em 31 de janeiro de 1956.
Empossado em 31 de janeiro de 1956, governou por cinco anos, até 31 de janeiro de 1961. Seu vice-presidente, eleito também em 3 de outubro de 1955, foi João Goulart.
Juscelino Kubitschek empolgou o país com seu slogan "Cinquenta anos em cinco", conseguiu encetar um processo de rápida industrialização, tendo como carro-chefe a indústria automobilística. Houve, no seu governo, um forte crescimento econômico, porém, houve também um significativo aumento da dívida pública interna e da dívida externa e da inflação.
O plano tinha 31 metas distribuídas em cinco grandes grupos: energia, transportes, alimentação, indústria de base, educação, e, a meta principal ou meta-síntese: a construção de Brasília. O Plano de Metas visava estimular a diversificação e o crescimento da economia brasileira, baseado na expansão industrial e na integração dos povos de todas as regiões do Brasil através da nova capital localizada no centro do território brasileiro, na região do Brasil Central.
O governo de JK usou uma plataforma nacional desenvolvimentista, o Plano de Metas, lançado em 1956, e permitiu a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro. Entre 1955 e 1961, entraram mais de dois bilhões de dólares destinados às metas.55 Isentou de impostos de importação as máquinas e equipamentos industriais, assim como liberou a entrada de capitais externos em investimentos de risco, desde que associados ao capital nacional ("capital associado"). Para ampliar o mercado interno, o plano ofereceu uma generosa política de crédito ao consumidor.
O país crescia 7,9% ao ano. JK promoveu a implantação da indústria automobilística com a vinda de fábricas de automóveis para o Brasil. Como na época os EUA estavam mais interessados no mercado europeu, vieram marcas europeias, inicialmente com o capital alemão (Volkswagen), francês (Simca) e nacional com tecnologia estrangeira (Vemag). Promoveu a indústria naval com capital japonês, holandês e brasileiro, e a siderurgia com recursos estatais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e capital japonês agregado à Usiminas.
JK emitiu títulos da dívida pública e cartas precatórias. Estas consistem em papéis negociados na Bolsa de Valores para se conseguir capital de curto prazo. JK vendeu esses papéis com deságio, ou seja, com um preço abaixo do valor de mercado que poderia ser recuperado posteriormente em um prazo de cinco anos. Com isso, JK conseguiu dinheiro para terminar a construção de Brasília. Isso, no entanto, fez com que JK fosse acusado de inviabilizar os próximos governos do país, por aumentar a dívida pública federal.
A dívida externa brasileira aumentou US$ 87 milhões, em 1955, para US$ 297 milhões em 1959. Esta dívida foi ainda agravada pelas altas remessas de lucros das empresas estrangeiras de "capital associado" e pelo consequente aumento do déficit na balança de pagamentos.
Houve também uma elevação da dívida interna brasileira em aproximadamente US$ 500 milhões.
As eleições de 3 de outubro de 1960 foram vencidas pelo candidato oposicionista Jânio Quadros, ex-governador de São Paulo apoiado pela UDN. Jânio obteve 48% dos votos válidos, em um total de quase 6 milhões de votos, a maior votação nominal obtida por um político brasileiro até então. Juscelino apoiou o marechal Henrique Lott, seu ministro da Guerra (morto em 19 de maio de 1984) e que havia garantido a posse de JK em 1955. Lott era o candidato a presidente pela aliança PSD-PTB que tinha João Goulart candidato a reeleição como vice-presidente da República.
Juscelino ainda foi eleito senador pelo estado de Goiás em 1962 e desejava concorrer novamente à Presidência da República, nas eleições marcadas para 3 de outubro de 1965. Sua pré-campanha eleitoral foi chamada de "JK-65: A vez da agricultura". A candidatura de JK foi lançada, pelo PSD, em 20 de março de 1964. Os outros pré-candidatos eram Carlos Lacerda, Leonel Brizola e Jânio Quadros. Estas candidaturas foram abortadas em 31 de março de 1964.
Em 11 de abril de 1964, o Congresso Nacional elegeu o general Castelo Branco presidente da República e o antigo amigo de Juscelino, do tempo do seminário em Diamantina, José Maria Alkmin, como vice. Juscelino, na condição de senador por Goiás, votou em Castelo Branco e em Alkimin.
Acusado de corrupção e de ser apoiado pelos comunistas, teve os direitos políticos cassados, em 8 de junho de 1964, perdendo o mandato de senador por Goiás. A partir de então passou a percorrer cidades dos EUA e da Europa, em um exílio voluntário.
Voltou ao Brasil, logo depois das eleições de 3 de outubro de 1965, na qual dois aliados de JK e adversários do governo Castelo Branco (Francisco Negrão de Lima e Israel Pinheiro da Silva), venceram as eleições para governador na Guanabara e em Minas Gerais, respectivamente, porém JK permaneceu pouco no Brasil, logo voltando para o exílio. Após esse segundo exílio voluntário, regressou definitivamente, ao Brasil, em 1967.
Posteriormente, tentou articular, em 1967, a Frente Ampla de oposição ao regime militar, juntamente com o ex-presidente João Goulart e o ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda, este último seu antigo adversário político.
JK pretendeu voltar para a vida política, depois de passados os 10 anos que duravam as cassações de direitos políticos. Para dissuadi-lo, os militares usaram os fantasmas das denúncias de corrupção, buscando desmoralizá-lo politicamente. Eles ameaçavam levar as investigações adiante caso Juscelino tentasse voltar à cena política.
Faleceu em 22 de agosto de 1976, durante viagem de carro na Rodovia Presidente Dutra. Segundo as autoridades de então, teria sido um mero acidente automobilístico, no antigo km 165 (atual km 328) da Rodovia Presidente Dutra, na altura da cidade fluminense de Resende.
Fonte: www.cidadeolimpica.com.br, http://oglobo.globo.com/rio/brt-transcarioca-recebe-nome-de-juscelino-kubitschek-12506163, www.skyscrapercity.com e Wikipedia
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