Rua Ilha Fiscal (Bancários) - CEP: 21910-105


Conhecida pelo "último baile do Império", realizado alguns dias antes da Proclamação da República (em novembro de 1889), a Ilha Fiscal continua sendo um elo entre o presente e o passado. Décadas se passaram e o castelinho, que testemunhou tantos fatos históricos, é hoje uma das principais atrações turísticas do Rio de Janeiro.
Primitivamente denominada pelos europeus como Ilha dos Ratos, o seu atual nome provém do fato de ali ter funcionado o posto da Guarda Fiscal, que atendia o porto da então capital do Império, no século XIX, como consequência de o conselheiro José Antônio Saraiva do Ministério da Fazenda, ter solicitado a construção de um posto alfandegário para o controle das mercadorias a serem importadas e exportadas pelo porto do Rio de Janeiro, então capital.
Sua posição era bastante cômoda para os inspetores da Alfândega, devido à proximidade dos pontos de fundeio, sendo que o translado de mercadorias poderia ser executado em embarcações miúdas, sem grandes dificuldades.
A decisão da construção, assim como a do seu estilo arquitetônico, foram do imperador D. Pedro II, tendo em conta não conflitar com a paisagem da Serra do Mar.
Após a decisão do monarca na escolha do projeto para acolher a aduana, os recursos necessários destinados a execução foram liberados em partes e, em 16 de novembro de 1881, foi assente a primeira pedra dando início à sua construção. Após uma série de aterros de modo a aumentar a área de 4.400 m² para 7 mil m² e aplainar as elevações existentes, foi iniciado o castelo.
A 27 de abril de 1889, foi inaugurado o edifício com a presença do imperador, acompanhado de Gastão de Orléans, conde d'Eu.
Em 1893, irrompeu no Rio de Janeiro a chamada Revolta da Armada, na qual substancial parcela da esquadra brasileira, comandada pelo almirante Custódio de Mello, rebelou-se contra o governo do marechal Floriano Peixoto. Durante mais de seis meses, ficou a Ilha Fiscal em meio ao duelo de artilharia travado entre as fortalezas leais ao governo, e os navios e fortalezas da Ilha das Cobras e da de Villegagnon na posse dos revoltosos. Múltiplos foram os danos sofridos pela edificação da Ilha Fiscal. Como as despesas de restauração seriam vultosas, esse foi o motivo para que o engenheiro do Ministério da Fazenda Miguel R. Galvão sugerisse a entrega da Ilha Fiscal ao Ministério da Marinha, em troca de algum edifício que melhor se prestasse ao serviço da alfândega. A troca só se efetuaria em 1914 pelo vapor Andrada, proposta do almirante Alexandrino Faria de Alencar, então ministro da Marinha.
A partir de então, a Marinha fez funcionar nesse local, sucessivamente, a Repartição de Faróis, Repartição Hidrográfica, Repartição Central de Meteorologia, Repartição da Carta Marítima, Superintendência de Navegação, Diretoria de Navegação e finalmente a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN).
Em 1930, a Ilha Fiscal foi ligada à das Cobras por meio de um molhe de concreto transformando-as em duas ilhas geminadas ou, geograficamente, em uma só ilha. Em 1983, a DHN foi transferida para a Ponta da Armação, em Niterói. A última organização militar que permaneceu na Ilha Fiscal foi o Grupamento de Navios Hidroceanográficos, até março de 1998. A partir dessa data a Marinha adotou como parte da política de valorização da memória naval abrir ao público esse notável conjunto, e simultaneamente mostrar aos visitantes, a contribuição da Marinha do Brasil no desenvolvimento de áreas fundamentais do país como o social, o científico e o tecnológico.
O edifício encontra-se tombado pela Prefeitura do Rio desde 1990, tendo passado por diversos trabalhos de restauração desde 2001, coordenados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Assim como outras ilhas dentro da barra, a Fiscal, pelos Correios, tem CEP próprio (20180-060) e consta, como sendo no "bairro" Baía de Guanabara.

Fonte: Marinha do Brasil, Correios e Wikipedia
Foto: Helder da Rocha (São Paulo)

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