A Ilha das Cobras localiza-se no interior da Baía de Guanabara. inicialmente denominada como Île des Chévres (Ilha das Cabras) pelos colonizadores da França Antártica, foi doada pelo governador da Capitania do Rio de Janeiro, Estácio de Sá (1565-1567), por carta de sesmaria datada de 6 de setembro de 1565, a Pedro Rodrigues, que nela fez roçados de mantimentos.
Em 1583, passou para a propriedade de João Gutierrez Valério, mercador de escravos, que a utilizou como depósito. Seis anos depois, dada a falência do comerciante, a ilha foi adquirida em leilão pelos monges do vizinho Mosteiro de São Bento por 15$300. Desde então, passou a ser também denominada como Ilha dos Monges. A atual denominação de Ilha das Cobras encontra-se pela primeira referida na "Crônica" do Mosteiro de São Bento, em que se justifica:
"Esta ilha era como a que chamão Rubraria no mar de Tarragona, porque tinha em si infinitas cobras e essas muy peçonhentas, e por isso lhe puserão por nome a ilha das Cobras. Depois que foy de S. Bento se vião lançar muitas ao mar e nadar pera a parte do Mosteiro. Depois que erão tantas que muitas vezes se achavão agasalhadas nos leitos, porem nunca fizerão mal algù, e em breve tempo se extinguirão de todo."
Em 1624, quando da segunda gestão de Martim Correia de Sá (1623-32), começou a construção da Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, de pequenas dimensões, sem maiores recursos em termos de defesa, mas erguida em privilegiada posição estratégica, entre o Morro de São Bento e o Forte de São Tiago da Misericórdia, dominando o antigo ancoradouro da cidade.
Posteriormente, no contexto da segunda das invasões holandesas do Brasil, quando do assalto de Maurício de Nassau a Salvador (14.04.1638), essa tentativa, aliada aos temores de possíveis ataques de corsários ingleses e franceses ao Rio de Janeiro, levaram o governador Salvador Correia de Sá e Benevides a erguer uma nova fortaleza no que restou da primitiva Fortaleza de São José, utilizando-se mão de obra indígena sob tutela do mosteiro. A nova fortificação foi concluída em 1639, sendo rebatizada como Forte de Santa Margarida da Ilha das Cobras, em honra a Margarida de Sabóia, duquesa de Mântua, que governava Portugal em nome de Filipe IV de Espanha, no contexto da Dinastia Filipina.
A terceira fortaleza construída na ilha foi o chamado Baluarte de Santo Antônio, tendo seus trabalhos se estendido de 1702 a 1709; e tinha a função de cruzar fogos com o Forte de Santiago, na defesa do antigo porto do Rio.
Diante da bem-sucedida invasão francesa do Rio de Janeiro pelo corsário francês René Duguay-Trouin (1711), foi identificada a necessidade da construção de uma nova fortaleza na Ilha das Cobras.
Entretanto, apenas a partir de 1725, o governador Luís Vahia Monteiro (aliás, nome de rua no Jardim Guanabara) obteve os recursos necessários para construir essa nova fortificação, diante da necessidade de proteção dos carregamentos de ouro (e, subsequentemente, de diamantes) para o reino, a partir do porto do Rio.
Esse conjunto encontrava-se em operação, conforme indicado no Plano de Marinha da frente da cidade do Rio de Janeiro com as suas fortificações e a fortaleza da Ilha das Cobras, datado de 1790.
Finalmente, no contexto da Guerra Peninsular e da chegada da Família Real ao Brasil, e subsequente conquista da Guiana Francesa pelas forças da Brigada Real da Marinha, origem do Corpo de Fuzileiros Navais, esta tropa foi aquartelada na Fortaleza de São José da Ilha das Cobras em 21.03.1809, onde se encontram até aos nossos dias.
Atualmente, abriga o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, o Centro de Perícias Médicas da Marinha, o Comando Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, o Presídio da Marinha, o Serviço de Documentação da Marinha e Diretorias Especializadas de Intendência e a Empresa Gerencial de Projetos Navais.
A ilha (como outras da baía) tem CEP próprio (20180-001) e consta como sendo no "bairro" Baía de Guanabara.
Fonte: Correios e Wikipedia
Foto: Helder da Rocha