Cirurgião e clínico de renome na Ilha, Luiz Ferreira da Paixão nasceu no Rio em 1° de julho de 1890 e faleceu, vítima de um colapso cardíaco (sic) exatos 44 anos depois, no dia 1° de julho de 1934.
Terminados os estudos de Humanidades, no Ginásio de Petrópolis, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Em 1914, cursava o 3° ano e Medicina. As responsabilidades de homem casado demandavam recursos. Conseguiu a humilde colocação de apontador no Serviço de Águas, na Ilha do Governador.
De certa feita, ocorrendo um acidente com um trabalhador e estando ausente o médico titular, prestou ele seus serviços de acadêmico e, pela atuação hábil, mereceu elogios do ortopedista. No dia 14 de dezembro de 1916, em que lhe nascia sua segunda filha, graduava-se Luiz Paixão pela Faculdade de Medicina. Sua condição profissional e valor pessoal, encarecidos por cativante modéstia lhe grangearam um posto compatível com sua nova posição.
Não sem sacrifícios conquistou Luiz Paixão esse halo de simpatia que o cercavam os moradores da Ilha do Governador. A falta de outro facultativo, teve de atender, praticamente a todas as especialidades, o fazendo da forma mais abnegada e humana possivel.
De seu amor e dedicação pela Ilha deu prova quando da febre amarela (em 1928) e da epidemia de espanhola, que acabou o contaminando.
Sempre lutou pelo progresso local. Bateu-se na imprensa pela condenação dos poços artesianos de águas nocivas. No "Correio do Brasil" e no jornal "Ilhéu 420" - de que foi fundador e diretor - defendeu várias causas interessantes: problemas médicos, políticos e sociais, como a igualdade política da mulher. Lutou ardorosamente a ligação da Ilha ao continente.
No desastre do avião Savoia Marchetti, pilotado por Del Pretc, nas proximidades da atual Base Aérea do Galeão, Luiz Paixão, como médico contratado da Marinha, foi de uma solicitude e dedicação insuperáveis. Em reconhecimento, recebeu a condecoração da Grande Cruz da Coroa da Itália.
Está seputaldo na Cacuia.
A ponte da Ribeira leva seu nome por conta do Decreto n° 5.081, de 22 de agosto de 1934.
Agradecimento ao Prof. Jaime Moraes, pelos recortes de jornais antigos com informações e pela foto (enviada a ele pela família Araujo Gomes)