Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em Portugal, na pequena aldeia de Marco de Canavezes, distrito do Porto, vindo para o Brasil com apenas 18 meses.
Seu pai, José Maria Pinto da Cunha, que exercia a profissão de barbeiro, imigrou para o Brasil primeiro. A mãe, Maria Emília Miranda da Cunha, veio em seguida, trazendo a pequena Carmen e a outra filha mais velha, Olinda.
A família cresceu no Brasil com o nascimento de mais quatro irmãos, Amaro, Cecília, Aurora e Oscar. Moraram inicialmente em um quarto de aluguel na Rua da Candelária; depois transferiram-se para a Rua Joaquim Silva, na Lapa, até resolver abrir uma pensão.
Encontraram uma grande casa na Travessa do Comércio, nº 13, na Praça 15, e para lá se mudaram. A mãe assumiu a direção da pensão que fornecia refeições a empregados do comércio e ainda aceitava hóspedes. O estabelecimento logo passou a ser frequentado por músicos da época, como Pixinguinha e seu grupo que eram assíduos. Ainda menina, estudou alguns anos num colégio de freiras, a Escola Santa Tereza, que atendia a crianças humildes, situado no bairro da Lapa, Centro do Rio. Na infância era chamada pelos apelidos de Bituca e de Carmen por seus familiares. Ainda adolescente aprendeu a costurar com a irmã Olinda.
Com apenas 15 anos começou a trabalhar como balconista de lojas de roupas femininas, de chapéus e gravatas. Na Maison Marigny, aprendeu a decorar chapéus femininos e logo depois já estava empregada como aprendiz na loja La Femme Chic, no Centro do Rio, onde passou a confeccionar chapéus orientada por Madame Boss. Desde menina demonstrou inclinação para a música, cantando para os amigos em festas, acompanhando os programas radiofônicos de então e imitando as cantoras que faziam sucesso na época, como Araci Cortes. Na década de 30, teve um namorado, que ela declarou ter sido o grande amor de sua vida, o remador do Flamengo Mário Cunha.
Em 1938, quando estava em excursão na Argentina com Aurora, recebeu a notícia do falecimento de seu pai. Foi para os EUA em 1939, contratada para alguns shows em Nova Iorque, na Broadway, onde acabou permanecendo por um ano.
Em 1940, retornou ao Brasil, a fim de rever os amigos e para o casamento de sua irmã Aurora, retornando meses depois para cumprir novo contrato nos EUA, levando D. Maria.
Um ano depois, Aurora transferiu-se com o marido e a família passou a viver junta.
Em 1947, casou-se com David Sebastian, um assistente de produção norte-americano, com o qual viveu em meio a desentendimentos, fato que, segundo seus biógrafos, foi um dos motivos da forte depressão que a acometeu na época de seu retorno temporário ao Brasil, em 1954.
Em 1948, a imprensa anunciou sua gravidez, confirmada por ela e por seu marido, que declarou que, se nascesse menino, eles o batizariam de Robert, e ela anunciou que, se fosse menina, iria se chamar Maria Carmen.
Muitos afirmam que a gravidez não ocorreu de fato, tratando-se, antes, de estratégia de marketing para justificar seu impedimento de viajar ao Brasil para receber uma condecoração oferecida pela Câmara de Vereadores do Rio.
De qualquer forma, pouco tempo depois, num dia de trabalho exaustivo, foi internada às pressas e, segundo a imprensa, perdeu a criança que nasceria em março de 1949.
Faleceu em sua residência, em Beverly Hills, Los Angeles, em 5.08.1955, com apenas 46 anos. A família decidiu sepultá-la no Brasil, onde foi velada na Câmara Municipal do Rio. O cortejo saiu no Aeroporto do Galeão, às 10h30 da manhã do dia 12 de agosto, quando seu corpo chegou ao Brasil, e foi acompanhado por uma multidão de fãs calculada em cerca de meio milhão de pessoas.
A rua passou a levar seu nome, justamente nesse ano, por iniciativa do compositor Roberto Martins, morador do local.
Anteriormente, chamava-se Rua Paquetá, em homenagem à ilha homônima no interior da Baía de Guanabara. Paquetá é uma palavra com origem na língua tupi. Significa "muitas pacas", pela junção de paka (paca) e etá (muitos).
A ilha apresenta o formato de um oito, com 1,2 km² de área e 8 km de perímetro. Em sua maior extensão, da Ponta do Lameirão à Ponta da Imbuca, mede 2.316 metros e, na menor, na Ladeira do Vicente, aproximadamente 100 metros.
Agradecimentos ao Prof. Jaime Moraes por parte das informações
Fonte: Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira
e Wikipedia
Foto: Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro