Por vezes, creditada somente como "Rua Romancista" (sem o "do"), o logradouro levou esse nome nos anos 40 - durante a administração do prefeito Hildebrando de Araújo Góis (1946/47) - em homenagem ao escritor português Eça de Queirós, considerado por muitos o melhor romancista realista português do século XIX.
José Maria de Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, em Póvoa de Varzim, no centro da cidade, filho do brasileiro José Maria Teixeira de Queirós e de Carolina Augusta Pereira d'Eça, nascida em Monção em 1826.
Além do escritor, os pais teriam mais seis filhos.
O pai era magistrado, formado em Direito por Coimbra. Foi juiz da Relação e do Supremo Tribunal de Justiça, presidente do Tribunal do Comércio, deputado por Aveiro, fidalgo cavaleiro da Casa Real, par do Reino e do Conselho de Sua Majestade.
Foi ainda escritor e poeta.
Estudando em Coimbra, Eça de Queirós foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados avulso na revista "Gazeta de Portugal", foram depois coligidos em livro, publicado postumamente com o título Prosas Bárbaras.
Em 1866, Eça de Queirós terminou a Licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra e passou a viver em Lisboa, exercendo a advocacia e o jornalismo. Foi diretor do periódico "O Distrito de Évora" e colaborou em publicações periódicas como a "Feira da Ladra", "A imprensa" (1885-1891) e "Ribaltas e gambiarras" (1881). Porém, continuaria a colaborar esporadicamente em jornais e revistas ocasionalmente durante toda a vida. Mais tarde fundaria a "Revista de Portugal".
Em 1869 e 1870, Eça de Queirós fez uma viagem de seis semanas ao Oriente, em companhia de D. Luís de Castro, 5.º conde de Resende, irmão da sua futura mulher, D. Emília de Castro, tendo assistido no Egito à inauguração do Canal de Suez. Aproveitou as notas de viagem para alguns dos seus trabalhos, o mais notável dos quais "O mistério da Estrada de Sintra", em 1870, e "A Relíquia", publicado em 1887.
Em 1870 ingressou na Administração Pública, sendo nomeado administrador do Concelho de Leiria. Foi enquanto permaneceu nesta cidade, que Eça de Queirós escreveu a sua primeira novela realista, "O Crime do Padre Amaro", publicada em 1875.
Em 1871, foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino (no Casino Lisbonense), que acabaram proibidas por com de seus ideais republicanos, anticlericais e socialistas.
Tendo ingressado na carreira diplomática, em 1873 foi nomeado cônsul de Portugal em Havana. Os anos mais produtivos de sua carreira literária foram passados em Inglaterra, entre 1874 e 1878, durante os quais exerceu o cargo em Newcastle e Bristol. Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes, como "A Capital", escrito numa prosa hábil, plena de realismo. Manteve a sua atividade jornalística, publicando esporadicamente no "Diário de Notícias", em Lisboa, a coluna "Cartas de Inglaterra". Mais tarde, em 1888 seria nomeado cônsul em Paris.
Seu último livro foi "A Ilustre Casa de Ramires", sobre um fidalgo do século XIX com problemas para se reconciliar com a grandeza de sua linhagem.
Aos 40 anos casou com Emília de Castro, com quem teve quatro filhos: Alberto, António, José Maria e Maria.
Morreu em 16 de agosto de 1900 na sua casa de Neuilly-sur-Seine, perto de Paris. Teve funeral de Estado, estando sepultado em Santa Cruz do Douro.
Fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro, "O Globo", de 8 de janeiro de 1946 (http://acervo.oglobo.globo.com) e Wikipedia
Foto: Eça de Queirós, em 1882 (Biblioteca Nacional de Portugal - DP)