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Virgília Stella da Silva Cruz (ou Rachel Prado, pseudônimo pelo qual ficou nacionalmente conhecida) nasceu em Curitiba em 20 de março de 1891, filha de Joaquim Antônio da Silva, fundador do tradicional periódico "A República" e de dona Maria Eufrásia da Silva.
Muito cedo demonstrou que herdara do pai o pendor para o jornalismo, iniciando aos 14 anos uma carreira sem precedentes para uma mulher de sua época.
Em 1909, aos 18 anos, acompanhou sua família de mudança para o Rio de Janeiro. Muito embora na então capital da República a mulher também sofresse restrições, a fartura de órgãos de comunicação foi um campo fértil para as suas aspirações progressistas.
Líder feminista, pubilcou o ensaio "A mulher e o feminismo", em que afirma: "Sou feminista entusiasta. Mas o meu feminismo não ultrapassa as barreiras do possível, nem se perde em loucas fantasias. Acho que a mulher deve pugnar pelos seus direitos sob um ponto de vista ponderado, sem anular os fins nobres a que se destina, como parte componente da humanidade." Mas foi em congressos internacionais que suas teses obtiveram maior sucesso, conquistando para a mulher uma situação de dignidade e respeito. Promoveu inúmeras campanhas, dentre as quais merecem destaque as de alfabetização, amparo aos cegos, divulgação dos cursos de Enfermagem da Cruz Vermelha e da Escola Ana Nery, Educação Sexual, Casa do Jornaleiro, Assistência à Maternidade, proteção às árvores e de reflorestamento.
Como literata participou ativamente de instituições como Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Instituto Brasileiro de Cultura, Academia Juvenal Galeno, Clube das Mulheres Jornalistas e Sociedade de Homens de Letras do Brasil.
No campo empresarial organizou o primeiro curso de Jornalismo Profissional e uma Agência de Publicidade e Propaganda. Não satisfeita, em 1934 fundava também a Empresa Editora Rovaró, lançando concursos cujo prêmio consistia na editoração da obra premiada. Essa editora publicou também dezenas de obras de grande valor intelectual.
Embora tenha voltado uma única vez ao Paraná (1932) depois de sua transferência para o Rio, sempre esteve ligada ao que aqui acontecia frequentando o Centro Paranaense do Rio de Janeiro. Teve trabalhos publicados em periódicos como: "A Manhã", "Correio da Manhã", "Diário Carioca", "Fon-Fon", "Ilustração Brasileira", "Jornal das Letras", "Jornal do Brasil", "Mundo Infantil", "O Cruzeiro", "O Globo", "O Imparcial", "O Lyrio", "O Malho", "O Tico-Tico", "Revista da Semana", "Eu Sei Tudo" e "Senhorita", no Rio de Janeiro; e "A República", "Cinema", "Correio do Paraná", "Correio dos Ferroviários", "Diário da Tarde", "Gazeta do Povo", "Luz de Krótona", "Marinha" e "O Dia", no Paraná. Em sua bibliografia contam-se "A Educação à Luz da Teosofia", "Annie Besant" (biografia), "Apólogos" (infantil), "Arlequim" (teatro infantil), "Contos Fantásticos" (infantil), "Contos Primaveris", "Cousas Esparsas" (crônicas), "Diário de um menino" (infantil), "Educando e Brincando" (infantil), "Inocência" (infantil, em colaboração com Moacir Silva), "Júlio e Júlia" (romance), "Lemúria e Atlântida", "Livro das Cores", "Meu Livro de Histórias" (infantil), "Meu Tesouro" (infantil), "Mulher da Nova Época" (romance), "Na Corte do Rei Arthur" (infantil), "No Meu Caminho" (romance), "Nossas Lendas" (infantil), "Carrossel" (infantil), "Um filho de Israel" (romance), e "Viagem e Livro da Saudade". Foi também crítica de arte.
Faleceu de tuberculose, aos 52 anos, em 25 de dezembro de 1943.

Compilado de "Quem foi Rachel Prado" em www.parana-online.com.br (publicado em 30 de outubro de 2005), texto de Carlos Alberto Brantes, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná
Foto: www.museuparanaense.pr.gov.br

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