Ator. Jardel Frederico De Bôscoli Filho nasceu em São Paulo no dia 24 de julho de 1927, em família tradicional de artistas; seu pai foi o empresário teatral Jardel Jercolis e sua mãe a atriz Lídia Bôscoli.
Por dificuldades financeiras, sua mãe ficou mais de um mês na maternidade até que houvesse como pagar o parto e retornar ao Rio de Janeiro. Na adolescência tentou a carreira militar, mas o palco acabou por leva-lo ao teatro, onde estreou na Companhia Dulcina & Odilon, trabalhando a seguir com Bibi Ferreira e Henriette Morineau. Sua primeira experiência de uma longa carreira cinematográfica - que como a de muitos seus colegas se desenvolveu paralela à televisão - foi em "Dominó Negro" em 1949.
Com a peça "Jezebel", ganhou medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT); trabalhou na Companhia Cinematográfica Vera Cruz, para a qual fez filmes como "Floradas na Serra" (em 1954).
Fez parte do elenco de 30 filmes, entre outros, "Terra em Transe" (de 1967), de Glauber Rocha, obra mais marcante do Cinema Novo; "Macunaíma" (de 1969), de Joaquim Pedro de Andrade; "O Bom Burguês" (de 1979) de Oswaldo Caldeira; "Pixote, a Lei do Mais Fraco" (de 1980), de Hector Babenco; e "Rio Babilônia" (de 1982) de Neville D'Almeida que foi seu último trabalho no cinema e que estreou depois da morte do ator.
Versátil, trabalhou muito em televisão, onde atuou em 17 novelas e minisséries, como "O Bofe" (de 1972), de Bráulio Pedroso; "Verão Vermelho" (1970) e "O Bem-Amado" (1973), de Dias Gomes; "O Homem que Deve Morrer" (1971), "Fogo Sobre Terra" (1974) e "Coração Alado" (1980), todas de Janete Clair; "Brilhante" (de 1981), de Gilberto Braga; "O Espantalho" (1977) de Ivani Ribeiro e "Memórias de Amor" (1979), de Wilson Aguiar Filho.
Jardel Filho morreu no Rio de Janeiro, no dia 19 fevereiro de 1983, em plena atividade, vítima de um ataque cardíaco em sua casa numa manhã de sábado, quando gravava os últimos 20 capítulos da novela "Sol de Verão", escrita por Manoel Carlos, na Rede Globo, fazendo com que o fim do folhetim fosse antecipado. Seu personagem, Heitor, saiu da trama com uma viagem repentina.
Foi casado com a empresária Maria Augusta Nielsen e com as atrizes Márcia de Windsor, Glauce Rocha e Myriam Pérsia e deixou duas filhas, Tânia Bôscoli, também atriz, e Adriana de Boscoli, produtora, filha de Beth, sua última esposa, deixando como netos José Maria e Frederico de Boscoli.
Fonte: Lei 513, de 1984 (www.camara.rj.gov.br), "O Globo - Ilha", de 3 de março de 1985 (http://acervo.oglobo.globo.com) e Wikipedia
Foto: Funarte