Francisco Marques de Góis (por vezes, grafado Góes) Calmon nasceu em Salvador, a 6 de novembro de 1874, filho do almirante da marinha imperial e chefe político Antônio Calmon Du Pin e Almeida e de Maria dos Prazeres da Cunha Góis.
Foi um historiador, banqueiro, advogado e político brasileiro. Membro de uma das mais tradicionais famílias da Bahia, integrante da açucarocracia local, foi sobrinho-neto do marquês de Abrantes e irmão do engenheiro Miguel Calmon Du Pin e Almeida, ministro nos governos Afonso Pena (1906-1910) e Artur Bernardes (1922-1926). Foi governador da Bahia entre 1924 e 1928.
Em 1880, aos seis anos de idade, Góis Calmon iniciou os estudos primários com a professora Vitalina Santos, na Largo de Nazareth, em Salvador. Em seguida, mudou-se para uma escola na Barra, onde permaneceu até 1882, transferindo-se finalmente o antigo e conhecido Colégio Florêncio. Um ano depois, atendendo aparentemente aos seus desejos, os seus pais o transferiram para o Colégio Sete de Setembro, no distrito da Piedade, ainda na capital baiana. Em 1885, em companhia do tio e pai adotivo Inocêncio Marques de Araújo Góis Júnior, então deputado geral do Império, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou, no Colégio do antigo educado baiano, Abílio Cesar Borges, o barão de Macaúbas, que para ali se transferira e era um dos melhores estabelecimentos de instrução do Rio. Inocêncio Marques, que nunca teve filhos, adotou Góis Calmon e, com a anuência dos seus país, deu-lhe o sobrenome. Anos mais tarde, no primeiro ano de seu governo (1924), Góis Calmon prepararia em Salvador festas em homenagem ao centenário do barão.
Ao retornar com o tio em 1887 para a Bahia, retomou os estudos no Colégio Sete de Setembro. Góis Calmon completou os estudos em humanidade em 1890. Em abril do ano seguinte, matriculou-se no primeiro ano da Faculdade de Direito de Recife. Um ano mais tarde, Góis Calmon, em companhia de seus colegas, dentre eles o futuro vice-presidente da República, senador e governador de Pernambuco, Estácio Coimbra, integrou um movimento acadêmico de solidariedade ao professor de Economia Política e Finanças da Faculdade J. J. Seabra, então alvo da perseguição política do Governo Floriano Peixoto. Em 1894, concluiu o curso de Direito.
Ao longo de sua vida, até 1924 (quando se torna governador do estado), destacou-se como um importante advogado atuante principalmente nos meios comerciais e empresariais de Salvador. Já em abril 1897, o ministro da Fazenda Bernardindo de Campos nomeia-o fiscal do governo do Estado junto ao Banco da Bahia. Num relatório que produziu nessa época, demonstra sensibilidade para problema da imigração estrangeira, apontado como empecilhos principais à falta de crédito agrícola e à alta taxa de juros. Em 1908, quando o seu irmão era ministro da Agriculta, Góis Calmon foi encarregado pela poderosa Associação Comercial do Estado da Bahia, órgão da classe comercial de Salvador, de encaminhar ao Governo Federal um pedido de auxílio para remediar o problema da alta de numerário na praça da Bahia. Em 1910, Góis Calmon prestou os seus serviços reorganizando o Banco Econômico da Bahia, então em franca expansão. Em parte graças ao sucesso que alcançou, tornou-se, nove anos depois, presidente da instituição.
Contava-se já com o declínio de J. J. Seabra quando Góis Calmon é lançado seu candidato. Graças a adesões inesperadas e de última hora, dentre as quais conta-se a do dr. Deocleciano Teixeira, pai do célebre pedagogo Anísio Teixeira, Calmon é eleito.
Seu governo foi inovador, no sentido de ter procurado montar um secretariado composto, em sua grande maioria, de jovens expoentes, que tinham se destacado na vida acadêmica - como o próprio Anísio, que ocupa a pasta de diretor-geral de Ensino (equivalente a secretário de educação), Nestor Duarte, na Agricultura, e muitos outros.
Faleceu em 29 de janeiro de 1932.
Fonte: Wikipedia
Foto: www.estacoesferroviarias.com.br, reprodução de Revista da Semana, de 30 de agosto de 1924