Eduardo Nadruz (ou "Edu da Gaita", como foi conhecido artisticamente) nasceu em 13 de dezembro de 1916, em Jaguarão (RS), filho de imigrantes árabes.
Em 1933, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou como biscateiro, camelô e cantor de tangos. Considerado um grande boêmio, era figura constante nas rodas noturnas cariocas de jornalistas e intelectuais. Tido como o maior gaitista brasileiro de todos os tempos. Viveu seus últimos nos na Avenida Princesa Isabel em Copacabana. Uma de suas poucas lembranças disponíveis ao público pode ser visitada pelo público no restaurante La Fiorentina no Leme, onde costumava se encontrar com os amigos Sérgio Cabral e Mário Lago: uma foto e sua inestimável gaita.
Começou a se apresentar publicamente em 1925, com apenas nove anos de idade, quando venceu um concurso promovido por um fabricante de gaitas na cidade gaúcha de Pelotas. Na ocasião, interpretou os "Estudos nº 3", de Frédéric Chopin e trechos de óperas famosas. Em 1933 participou de programas na Rádio cruzeiro do Sul, em São Paulo.
Em 1934 mudou para o Rio, onde fazia apresentações nas barcas que fazem a travessia entre para Niterói. Em 1936, foi visto por Sílvio Caldas numa apresentação de rua e foi levado pelo cantor para a Rádio Mayrink Veiga, onde por iniciativa do locutor César Ladeira adotou o nome artístico de Edu da Gaita. Em 1937, passou atuar no Cassino Copacabana e em seguida, no Icarahy, em Niterói. Em 1939, gravou pela Columbia seu primeiro disco, interpretando o fox "Violino cigano", de O'Flynn e Betzner e o swing "Canção da Índia", de R. Korsakov. Em 1941 gravou em ritmo de fox, "Onde o céu azul é mais azul", de João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcyr Pires Vermelho.
Até 1946 (com a proibição do jogo no país), foi atração constante em diferentes cassinos brasileiros. Em 1949, assinou contrato com a gravadora Continental estreando com as danças "Dança ritual do fogo", de Manuel de Falla e "Andaluzia", de Ernesto Lecuona. No mesmo ano, deixou a Mayrink Veiga e passou a atuar como solista de orquestras sinfônicas.
Em 1951, gravou com Gaó e Sua Orquestra uma coletânea de foxes, intitulada "Ritmos de Tio Sam", com arranjos de Rubens Brito. Em 1952 gravou "Moto contínuo", de Paganini, obra inicialmente concebida para violino, e que valeu 11 anos de estudos para ser executada na gaita.
Em 1954 gravou o fox-slow "Ruby", de Parish e Roemheld e a valsa "Numa pequena cidade espanhola", de Wayne, Lewis e Young. No ano seguinte, registrou o bolero "Damasco", de Luiz Bonfá e o samba "Uma gaita sobe o morro", de sua autoria. Em 1956, gravou o samba "Domingo sincopado", de Antônio Carlos Jobim e Luiz Bonfá. Em 1957, deixou a gravadora Continental e gravou um disco na Polydor, no qual interpretou o choro "Brasileirinho", de Valdir Azevedo. Em 1958, foi o solista no "Concerto para gaita e orquestra", de Radamés Gnattali, com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 1959, gravou na Copacabana o samba canção "Manhã de carnaval" e o "Samba de Orfeu", ambas as composições de Luiz Bonfá e Antônio Maria, escritas especialmente para o filme "Orfeu negro", de Marcel Camus, rodado no Rio. Na mesma época, lançou pela Copacabana o LP "Uma gaita para milhões".
Apresentou-se em países da América do Sul e na Europa, tocou na França, Inglaterra, Itália e Portugal.
Faleceu em 23 de agosto de 1982, no Rio de Janeiro.
Com informações do Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira
Foto: www.edudagaita.com.br