Rua Eduardo Botelho (Jardim Guanabara) - CEP: 21940-200


Integrante da Comissão de Linhas Telegráficas e Estratégicas, Eduardo de Abreu Botelho nasceu no Rio de Janeiro.
Em 5 de fevereiro de 1897, ainda criança, foi matriculado no Caraça (MG).
Depois, entrando para o Exército, ainda como alferes-aluno, comandou o Segundo Destacamento Militar que foi instalado na Ponte de Pedra sobre o Sacuriú-iná, para policiar o Grande Sertão, procurando então congregar, em núcleo indígena, os Parecis-Cachinitis do vale desse rio e do Anhanazá. Fundou o segundo núcleo de Utiarity, reunindo ali os Parecis-Uaimarés, do Vale do Timalatiá.
Durante as duas décadas de desbravamento de sertões, o general (posterirmente, marechal) Candido Rondon (1865-1958) teve de enfrentar algumas tragédias de caráter quase pessoal em razão da ligação de profunda amizade com os seus infortunados comandados.
Um desses, Eduardo Botelho, foi um dos que completaram a instalação da estação telegráfica de Vilhena e organizaram o serviço de conservação da linha, construída em pleno coração do noroeste mato-grossense. Daí partiu para cooperar na construção do norte, servindo no setor do Madeira.
A segunda fase da sua para sempre interrompida carreira, ainda na comissão telegráfica, depois de um interregno de caserna, consistiu em trabalhos prestados à carta de Mato Grosso.
Fez parte da turma de exploração geográfica chefiada pelo primeiro-tenente João Salustiano Lyra, engenheiro militar, a quem a fatalidade o ligou no desespero do último momento, para nunca mais as memórias desses dois oficiais se separarem.
Haviam pesquisado todos os recantos e segredos de um dos formadores do rio, descendo-o para completar o trabalho.
Após três naufrágios sucessivos em que o tenente Lyra, em frágil piroga, operava, auxiliado pelo radiotelegrafista Magalhães, que não sabia nadar, o abnegado tenente Botelho, que então, por terra acompanhava a turma de serviço, se oferece para substituir o telegrafista que três vezes escapara de morrer afogado. Mal haviam se desembaraçado dos primeiros tropeços da partida, foram logo atropelados pela impetuosidade das corredeiras. Era inevitável o naufrágio. Para impedir a perda do material que carregavam, os dois oficiais lançaram-se no rio, vestidos e equipados como se achavam. O tenente Lyra debatia-se na convulsão das vagas da cachoeira. E o seu equipamento não lhe permitia maior liberdade de ação. E o tenente Botelho demandou a ribanceira, alcançando-a. Na ânsia da salvação, volta a vista para o camarada, que se debatia. Atira para a barranca a caderneta que trazia à mão. Salva o serviço. Volta para acudir o companheiro, pensando em salvá-lo também. Os dois abraçados lutam contra o ímpeto das fragorosas ondas, mas a fatalidade venceu o ânimo.
Foi, sacrificado no cumprimento do dever, falecendo afogado em Mato Grosso em 1918
Seus restos mortais foram trasladados para o Rio de Janeiro e estão sepultados no cemitério de S. Francisco Xavier, no bairro do Caju.
Em 1955, quem sugeriu seu nome para a rua na Ilha foi ninguém menos que... o próprio marechal Rondon.

Fonte: Wikipedia, www.santuariodocaraca.com.br; "Comissão Rondon: o general e seus tenentes", texto de Matias Mendes, em www.gentedeopiniao.com; "Impressões da Comissão Rondon" (1942), texto do Cel. Amílcar A. Botelho de Magalhães; e www2.camara.leg.br, com informações da extinta comunidade do Orkut História da Ilha do Governador
Foto: www.novomilenio.inf.br



PRINCIPAL