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Publicado em 1937, "Caminho de Pedras" é um romance de Rachel de Queiroz e segue o mesmo estilo das outras obras da autora: sóbrio, simples, elegante e com exato senso de medida. O romance segue a uniformidade na sua riqueza.
O foco narrativo do livro é o narrador onisciente em terceira pessoa. Cheio de críticas, mesmo que com um certo ar de ironia, indiretas, a autora aborda a miséria do pobre e a eterna luta por melhores condições. Algumas dessas críticas, principalmente no decorrer do sexto capítulo, tratam da questão da socialização das mulheres. A discussão é feita principalmente com relação a injusta divisão" das mulheres entre os homens. Também trata da luta entre o pobre e o rico, mais uma crítica sobre a vida dura dos trabalhadores.
É considerado um documento a favor das lutas sociais, direitos das mulheres e ideias políticas socialistas. O efeito que "Caminho de Pedras" provocou no meio literário foi da constatação do estilo criado por Rachel: a documentação em romance de lutas sociais sem utilizar de artifícios e sendo direta e objetiva nos diálogos e na ação, ser realista e acima de tudo fazer romance.
Quinta ocupante da Cadeira 5 da Academia Brasileira de Letras (ABL), eleita em 4.08.1977, Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza (CE), em 17 de novembro de 1910, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 4 de novembro de 2003.
Em 1917, veio para o Rio de Janeiro, em companhia dos pais que procuravam, nessa migração, fugir dos horrores da terrível seca de 1915, que mais tarde a romancista iria aproveitar como tema de "O quinze", seu livro de estreia. No Rio, a família pouco se demorou, viajando logo a seguir para Belém do Pará, onde residiu por dois anos.
Em 1919, regressou a Fortaleza e, em 1921, matriculou-se no Colégio da Imaculada Conceição, onde fez o Normal, diplomando-se em 1925, aos 15 anos de idade.
Estreou em 1927, com o pseudônimo de Rita de Queiroz, publicando trabalho no jornal "O Ceará", de que se tornou afinal redatora efetiva. Em fins de 1930, publicou o romance "O quinze", que teve inesperada e profunda repercussão no Rio de em São Paulo. Com 20 anos apenas, projetava-se na vida literária do país, agitando a bandeira do romance de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca.
O livro, editado a expensas da autora, apareceu em modesta edição de mil exemplares, impresso no Estabelecimento Gráfico Urânia, de Fortaleza. Recebeu crítica de Augusto Frederico Schmidt, Graça Aranha, Agripino Grieco e Gastão Gruls. A consagração veio com o Prêmio da Fundação Graça Aranha.
Em 1932, publicou um novo romance, intitulado "João Miguel", e em 1937, retornou com "Caminho de Pedras". Dois anos depois, conquistou o prêmio da Sociedade Felipe de Oliveira, com o romance "As Três Marias". Em 1950, publicou em folhetins, na revista "O Cruzeiro", o romance "O Galo de Ouro".
Publicou mais de duas mil crônicas e tem duas peças de teatro: "Lampião", escrita em 1953; e "A Beata Maria do Egito", de 1958; além de "O Padrezinho Santo", peça que escreveu para a televisão, ainda inédita em livro.

Fonte: "Quebra-Coco, nosso bairro e nossas ruas", ABL e Partido da Causa Operária (PCO)
Reprodução da capa: http://books.google.com.br
Foto: Senado Federal/Selepa

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