Rua Cabo Nelson Odir da Silva Barros (Galeão) - CEP: 21941-840


Nelson Odir da Silva Barros nasceu em 1°.2.47 e faleceu em 27.6.67, em decorrência de acidente aéreo em Cachimbo (PA). Naquele mês, Che Guevara fomentava a revolução socialista e a base de apoio local havia sido invadida por índios.
Oficiais e funcionários pensaram que seria um ataque. Foi organizada uma equipe para apoio; o avião escolhido foi o C-47 2068. A equipe era: do 1°/2° Grupo de Aviação, o capitão-aviador Newton Nogueira de Almeida Filho, o 1°-tenente-aviador Moisés Silva Filho; os 2°-sargentos Raimundo Mirasol Botelho (mecânico) e Raimundo Godinho de Moraes (radiotelegrafista). Da Companhia de Polícia da Aeronáutica, o 2°-sargento Nilo Fávaro e os soldados Brígido Tomé de Souza Paz, Nelson Nunes da Silva, Gil Conceição Guimarães, Mário Neves de Araújo, José Maria Teixeira, Ivan Manoel Pinheiro de Brito, Eloi Barbosa Andrade, Luiz Maximiano de Souza Feio, Alcindo Guilherme da Silva Otero e José Evangelista Marques de Lima. Do Serviço de Rotas da 1ª Zona Aérea, o 1°-tenente especialista em Controle de Tráfego Aéreo Luiz Velly, comandante do grupamento. Do Hospital de Aeronáutica de Belém, o capitão-médico Paulo Fernandes. Do Serviço de Proteção ao Índio, o auxiliar de enfermagem Afonso Alves da Silva e o índio Begororothy Betan. E da Base Aérea de Belém, o 3°-sargento Gilberto Barbosa de Souza, o cabo da PA Raimundo Wilson Alves Garcia, e os cabos de Infantaria Geraldo Calderaro de Brito, José Maria da Silva, Rosomiro Batista Neto e Nelson Odir da Silva Barros.
Decolaram de Belém às 14h10 (de Brasília); deveriam sobrevoar Cachimbo pelas 21h43. Quando a tripulação deu conta de estar perdida, já eram quase 23h30 (de Manaus). Desistindo de encontrar Cachimbo, aproaram Jacareacanga. Decorrido o tempo previsto de voo, como sem êxito, o comandante informou irem para Manaus. Passando das 3h50, os motores começaram a falhar e logo mergulharam na floresta na madrugada de sexta. Pelas 7h da manhã, o capitão-médico verificou os sobreviventes, dentre os quais o cabo Barros, embora sem nenhuma fratura aparente, apresentava queimaduras e graves ferimentos com perda de tecido e massa muscular.
Não havia água. Uma poça barrenta amenizou os primeiros instantes. No sábado, a água disponível ainda era essa. Passaram o dia sem comida. Barros, embora sem fraturas, não podia atendê-los por estar com as pernas adormecidas, em conseguindo condições de caminhar, levou mais água suja a todos. Era quem parecia estar em melhores condições físicas, pois mesmo com graves queimaduras, não sofrera fratura. Na segunda, encontraram um olho-d'água. O cabo Barros, a partir daí, passou a trazer água limpa para todos. Em busca de algo para comer, um dos soldados foi até a cabine da aeronave, lá encontrando corpos mutilados. Vasculhando, encontrou algumas latas de salsicha, dropes, vários pacotinhos de açúcar, chá, café e um radiotransmissor.
Na quarta, pela manhã, todos tomaram chá e Barros continuava a rotina de manter o suprimento de água. No sábado, embora cumprindo suas funções, sua saúde agravava-se, ficando impossibilitado de ajudar. Na segunda, um avião Albatroz passa pelo ponto da queda e um dos observadores avista um pedaço da aeronave entre as árvores. Às 17h35, um Catalina sobrevoa a clareira e os observadores acenam. A terça amanheceu chuvosa. Na noite anterior, o cabo Barros não havia passado bem, sem se alimentar, pois sua boca mal se abria. Apresentava respiração fraca. Às 11h35, faleceu de tétano. Às 11h40, o helicóptero do Parasar fez a primeira tentativa de descer na pequena clareira. Entre 14 e 15h, voltaram e o primeiro homem começou a descer; na quarta, mesmo chuvosa, o Parasar abriu uma clareira maior para um helicóptero descer. Todos já haviam sido medicados e alimentados. Na quinta, enfim, o resgate.
Em 1968 (ano em que a rua levou seu nome), foi promovido post mortem a sargento.

Agradecimentos à irmã, Ana Dora Barros de Souza; ao major Dimitrie Nechet e ao suboficial João Alfredo de Oliveira, da Associação de Catalineiros

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