Arariboia foi um chefe da tribo dos temiminós, grupo indígena tupi que habitava o litoral brasileiro no século XVI. Ajudou os portugueses na conquista da Baía de Guanabara frente aos tamoios e franceses, em 1567. Como recompensa, os portugueses lhe cederam uma região na entrada da baía que viria a dar origem à atual cidade de Niterói, cidade da qual é considerado o fundador.
Seu nome procede do tupi araryboîa, que designava a espécie de cobra conhecida na língua portuguesa como araramboia.
Arariboia era filho do chefe temiminó Maracajá-guaçu e habitava a Ilha de Paranapuã (hoje, nossa Ilha do Governador), quando os tamoios, seus tradicionais inimigos, os expulsaram da ilha em 1555.
Tendo perdido as suas terras, a tribo temiminó seguiu para a então Capitania do Espírito Santo, onde reorganizou a sua aldeia, foi catequizada pelos jesuítas e ajudou os portugueses a expulsar invasores holandeses.
Quando a Coroa de Portugal enviou ao Brasil o seu terceiro governador-geral, Mem de Sá, com um contingente de soldados bem armados para retomar a Baía de Guanabara aos franceses, os portugueses estabeleceram aliança com Arariboia, que havia sucedido a seu pai como líder dos temiminós, conseguindo, desse modo, reforçar os seus efetivos em cerca de 8 mil indígenas conhecedores do território e inimigos tradicionais dos tamoios.
A esquadra francesa se instalara na Guanabara em 1555, ocupando a Ilha de Serigipe (atual Villegagnon) e, ali, erguendo um forte, o Forte Coligny. Para se contrapor às forças portuguesas, o comandante dos invasores, Nicolas Durand de Villegagnon, firmou uma aliança com os índios tamoios, cerca de 70 mil homens naquela faixa do litoral. O acordo permitiu que as forças enviadas de Salvador por Mem de Sá, governador-geral do Brasil, em 1565, não conseguissem uma vitória definitiva contra os franceses. Com a unidade da colônia correndo perigo, Mem de Sá mandou vir do reino seu sobrinho Estácio de Sá e o incumbiu de adotar a mesma estratégia dos franceses: arregimentar apoio indígena.
O confronto mais violento ocorreu em 20 de janeiro de 1567, em Uruçumirim, no atual Outeiro da Glória, onde franceses e tamoios estavam aquartelados.
Galgando penhascos, Arariboia foi o primeiro a entrar no baluarte inimigo. Empunhava uma tocha, com a qual explodiu o paiol de pólvora e abriu caminho para o ataque. Durante a luta, uma flecha envenenada raspou o rosto de Estácio de Sá, que morreu posteriormente, vítima de infecção. Ao ataque, seguiu-se uma matança noturna, da qual as forças portuguesas e temiminós saíram vitoriosas.
Em episódio com contornos de lenda, Arariboia teria atravessado as águas da baía a nado para liderar o assalto. O fato é que, com o seu apoio, a operação portuguesa contra os franceses foi coroada de sucesso, tendo os portugueses recuperado o controle sobre a Baía de Guanabara. A partir daí, a cidade do Rio de Janeiro, que, entrementes, havia sido fundada por Estácio de Sá em 1565 no sopé do Morro Cara de Cão, teve assegurada sua sobrevivência. Após a derrota dos Tamoios, como recompensa pelos seus feitos, Arariboia recebeu da Coroa Portuguesa primeiramente um terreno no atual bairro de São Cristóvão. Posteriormente, em 1573, recebeu um terreno no outro lado da Baía de Guanabara, onde teria a missão de proteger o outro lado da barra.
Tal sesmaria recebeu o nome de São Lourenço dos Índios, a qual foi o início da atual cidade de Niterói (termo que, traduzido da língua tupi, quer dizer "rio verdadeiro frio", pela junção de 'y, "rio"; eté, "verdadeiro"; e ro'y, "frio").
Arariboia morreu em 1589, vitimado por uma epidemia (possivelmente, varíola) que devastou a aldeia de São Lourenço.
Fonte: Wikipedia
Foto: estátua de Arariboia em frente à estação das barcas, em Niterói (Junius - CC)