António (com acento agudo, pela grafia portuguesa) José de Almeida nasceu em Penacova (São Pedro de Alva, Vale da Vinha) no dia 17 de julho de 1866 e faleceu em Lisboa, a 31 de outubro de 1929); foi um político republicano português, sexto presidente da República Portuguesa, cargo que exerceu de 5 de outubro de 1919 a 5 de outubro de 1923.
Foi o único presidente da Primeira República Portuguesa a cumprir integralmente e sem interrupções o seu mandato de quatro anos, tendo com ele Portugal retornado a uma presidência civil. A data do seu nascimento é feriado municipal em Penacova.
Oriundo de uma família modesta, o seu pai afirmou-se como pequeno industrial e comerciante local, chegando, no final do século XIX, a ocupar a Presidência da Câmara Municipal de Penacova.
Depois de ter freqüentado o ensino primário em São Pedro de Alva, em 1880, com 14 anos de idade, matriculou-se no Liceu Central de Coimbra e, em 1889-1890, inscreve-se no curso de Medicina da Universidade de Coimbra, que completou em seis anos.
Era ainda aluno de Medicina quando publicou no jornal acadêmico Ultimatum um artigo que ficou célebre, intitulado "Bragança, o último", considerado insultuoso para o rei D. Carlos. Acabou condenado a três meses de prisão.
Foi casado com Maria Joana Perdigão Queiroga de Almeida (Redondo, 9 de março de 1885 - 27 de junho de 1965), com quem teve uma filha (Maria Teresa). Maria Teresa teve três filhos: António José D'Almeida de Abreu, Maria Manuela D'Almeida de Abreu, Maria Teresa D'Almeida de Abreu. Nenhum dos filhos optou pela carreira política, seguindo carreira médica. António José e Maria Teresa residem em Lisboa. Maria Manuela e seus filhos residem no Rio de Janeiro. Maria Manuela teve três filhos: Pedro de Almeida de Abreu Elvas, Filipe de Almeida de Abreu Elvas e Carolina de Almeida de Abreu Elvas.
Um dos mais populares dirigentes do Partido Republicano, desde muito novo manifestou ideias republicanas.
Depois de terminar Medicina, em 1895, António de Almeida foi para Angola e posteriormente estabeleceu-se em São Tomé e Príncipe, onde exerceu sua profissão até 1904.
Regressou a Lisboa nesse ano, e depois foi para França onde estagiou em várias clínicas, regressando no ano seguinte.
Foi candidato do Partido Republicano em 1905 e 1906, sendo eleito deputado nas segundas eleições realizadas neste ano, em agosto. Em 1906, em plena Câmara dos Deputados, equilibrando-se em cima duma das carteiras, pede aos soldados, chamados a expulsar os deputados republicanos do Parlamento, a proclamação imediata da República. No ano seguinte adere à Maçonaria.
Os seus discursos eloquentes e inflamados fizeram dele um orador muito popular nos comícios republicanos; foi preso por ocasião da tentativa revolucionária de janeiro de 1908, dias antes do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe. Posto em liberdade, voltou a embrenhar-se na política, sobretudo enquanto diretor do jornal "Alma Nacional". Destacou-se também como diretor do jornal "República", criado em janeiro de 1911.
Após a Proclamação da República Portuguesa, foi nomeado ministro do Interior do Governo Provisório; exerceu, posteriormente, várias vezes as funções de ministro e deputado, tendo fundado em fevereiro de 1912 o Ptartido Evolucionista (republicano moderado organizado em torno do diário "República"), que veio a dirigir.
A 10 de julho de 1919 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Em 6 de agosto de 1919 foi eleito presidente da República e exerceu o cargo até 5 de outubro de 1923, sendo o único presidente que até 1926 ocupou o cargo até ao fim do mandato. Realizou uma visita oficial ao Brasil , para participar no centenário da Independência.
A 16 de outubro de 1919 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, da Ordem Militar de Avis e da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
Viveu de forma clandestina, durante o governo de Sidónio Pais.
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